NOTÍCIAS
14 de agosto: Dia Nacional de Conscientização sobre a Paternidade Responsável
14 DE AGOSTO DE 2023
Nesta segunda-feira, 14 de agosto de 2023, comemora-se pela primeira vez o Dia Nacional de Conscientização sobre a Parentalidade Responsável. Instituída em julho pela Lei 14.623/2023, a data pretende “conscientizar a sociedade a respeito dos direitos, deveres e obrigações de ordem material, social, moral e afetiva que decorrem dos vínculos paterno-filiais e materno-filiais, gerando famílias com vínculos mais fortes”.
A norma teve origem no Projeto de Lei 2610/2021. A justificativa da proposta inclui citação do professor Dimas Messias de Carvalho, membro do Instituto Brasileiro de Direito de Família – IBDFAM, além de artigo publicado na Revista IBDFAM: Famílias e Sucessões, por Vanessa Ribeiro Corrêa Sampaio Souza.
Para a assessora jurídica Bruna Barbieri Waquim, membro do IBDFAM, toda política pública voltada à promoção da família deve ser comemorada como uma importante conquista, “especialmente quando essa política se reveste da forma de campanhas de conscientização, aproximando a sociedade dos debates e integrando-a às iniciativas de proteção e acolhimento”.
A especialista acredita que a lei perdeu a oportunidade de trazer uma redação mais inclusiva e atualizada com o princípio da igualdade parental e da igualdade de gênero. “Nossa língua portuguesa é riquíssima em termos neutros, apropriados para o uso coletivo aos dois gêneros, como é o exemplo da palavra ‘parentalidade’.
Paternidade x parentalidade
A ideia do PL 2610/2021 surgiu do comando constitucional de respeito ao planejamento familiar (art. 226, § 7º da Constituição), que tem no princípio da paternidade responsável uma de suas bases. “De fato e de direito, a Constituição usa o termo ‘paternidade responsável’ para o referido princípio, voltado à ideia de que pais e mães devem ser atentos e responsáveis não só pelo vínculo material com a prole, mas também pela qualidade emocional desse vínculo, tendo cuidado com os aspectos afetivos e existenciais derivados da relação de filiação.”
“Parece algo de somenos importância, mas temos discutido com cada vez maior relevância a advertência sobre o uso sexista da linguagem e como a invisibilidade da participação feminina é algo cristalizado em muitas estruturas linguísticas. Fazer uso de uma linguagem inclusiva de gênero é um movimento internacional que está desconstruindo cada vez mais o uso do masculino como universal e o objetivo final é a igualdade de gênero nos mais diferentes ambientes: institucional, político, legal, social, entre outros”, afirma.
Segundo Bruna Barbieri, a manutenção do termo “paternidade responsável” remete à figura do genitor homem. “Tanto o é que a data comemorativa foi designada especificamente para o mês de celebração do Dia dos Pais, como uma forma de reforçar a importância da responsabilidade paterna”.
A proposta original apresentou como sugestão de data o dia 15 de maio, também escolhido pela Organização das Nações Unidas – ONU para abrigar o Dia Internacional da Família. No substitutivo, porém, foi sugerida a mudança para o mês de agosto.
Educação parental
A especialista vê na educação parental uma valiosa ferramenta de capacitação para o exercício qualificado desse mister. “A forma de exercer as responsabilidades parentais repercute na construção das melhores condições de desenvolvimento das futuras gerações do país.”
Bruna afirma que pais e mães não exercem apenas um mero poder familiar sobre os filhos, “mas uma verdadeira responsabilidade parental e um múnus humanístico, que implica a observância das exigências da Proteção Integral no trato com as crianças e adolescentes, respeitando-os enquanto verdadeiros sujeitos de direitos”.
“O Estado é rápido em punir quando algo acontece de errado nas famílias, mas há raras iniciativas de acompanhamento de pais e mães de um pequeno ser extremamente dependente, material e emocionalmente. Não há ações formativas ou caminhos educativos disponíveis por parte do Poder Público de forma geral à sociedade”, observa.
A especialista comenta que a sociedade ainda aprende a partir de experiências com os próprios ascendentes. “Se eles nos faltam, ou se nos legaram lições erradas, potencialmente vamos levar isso conosco às próximas gerações.”
A educação parental, segundo ela, pretende desenvolver diferentes habilidades “para que os genitores respondam, com firmeza e gentileza, às diferentes necessidades da pessoa em fase de desenvolvimento”.
“A educação parental ensina técnicas, princípios e alternativas para incentivar a autonomia da criança e do adolescente na medida em que fortalece a autoridade equilibrada e saudável dos pais e mães. Essa filosofia prestigia o conhecimento científico quanto ao desenvolvimento cerebral, físico e emocional de uma criança e um adolescente, orientando os pais a como agir nas diferentes etapas de vida”, explica Bruna.
Bruna garante que é também uma ferramenta de autodescoberta, pois estimula os genitores a identificarem suas próprias crianças feridas, seus próprios traumas, a fim de promover a cura e interromper os ciclos invisíveis de violência.
“A educação parental é a nova frente de defesa dos direitos da criança e do adolescente, e nós, atores das instituições do sistema da Justiça, devemos nos familiarizar para ajudar não só nossos clientes, assistidos e jurisdicionados, mas para o bem das nossas próprias relações familiares”, frisa a especialista.
Fonte: IBDFAM
Outras Notícias
Anoreg RS
Diferentões ou bizarros! 6 nomes ‘raros’ que só existem no Brasil (acredite)
25 de abril de 2023
Acredite ou não, existe uma pessoa que se chama Adormeciano. Você provavelmente não consegue ninguém com esses...
IRIRGS
Clipping – Metrópoles – ChatGPT, Lais… Como a tecnologia revolucionará o mercado imobiliário
24 de abril de 2023
Imagine que você está à procura de um imóvel, mas ficou em dúvida se vale a pena alugar ou comprar um...
Anoreg RS
Cartório TOP: NBR 15906 auxilia as serventias a gerirem seus processos atendendo aos requisitos legais e buscando melhorias na qualidade dos serviços
24 de abril de 2023
O programa é voltado para notários e registradores, além de suas equipes de trabalho, e conta com seis módulos...
Anoreg RS
Artigo – É possível penhorar milhas aéreas? – Por Maíra de Carvalho Pereira Mesquita
24 de abril de 2023
Princípio da efetividade processual, incluída a atividade satisfativa
Anoreg RS
Mesa Redonda: Centrais Eletrônicas e os novos serviços digitais é destaque na programação do XIV Encontro Notarial e Registral do RS
20 de abril de 2023
As inscrições estão disponíveis no site www.encontronotarialeregistral.com.br, com os valores do 3º lote.